Aos 12 anos começava o despertar de uma paixão.
Olhando ao fundo de meu quintal a majestosa serra do Cedro Grande.
Nem imaginava que ali poderia ser o teto da mantiqueira tampouco o ponto culminante entre os estados de São Paulo e Minas Gerais e a quarta montanha mais alta do Brasil. Me recordo das estações frias o amanhecer ao abrir a janela do meu quarto, esplendida e deslumbrante a vista da Jaguamimbaba, reluzente espelhada pelos raios de sol que ali raiava em suas cristas. Minha história com a Serra Fina teve seu início em nove de abril de dois mil (09/04/2000).
Tentativas frustradas pela face Sul (paulista) e grande parte pela face Norte (mineira) estas sim com sucesso. As grandes dificuldades da época se resumiam a falta de tecnologia como cartas, gps, celular, logística além da internet.
Em sua face sul (Queluz-SP) não existia trilha apenas cara, coragem e o conhecimento empírico diferentemente da face norte (Passa Quatro-MG), porém as trilhas eram praticamente fechadas.
Por muitas vezes eu fugia de casa e me aventura pelo Cedro Grande, meu pai um dia queria me colocar para fora de casa de vez, rs.
Me recordo quando ia de Queluz para Passa Quatro fazendo baldeação em ônibus para subir à Pedra da Mina pelo Paiolinho. Muitas vezes a estrada era precária muito barro, atoleiro, pegava carona com o Sinval ou com caminhão leiteiro, literalmente era uma aventura.
o Tempo passa parece que foi ontem... mas o peso da idade vem pesando a carcaça.
Ao longo dos primeiros anos andando por ali, decidi por dar nome a dois picos localizados no território queluzense como forma de homenagear dois personagens da história. O padroeiro da cidade (São João Batista e o Índio, velho mongo de nome Vuitir). Atualmente estes picos se encontram protegidos pela RPPN Pedra da Mina.
Jaguamimbaba = nome dado pelos índios Puris, como forma de enaltecer os grandes guerreiros da tribo. Eram comparadas as onças pardas,
Cedro Grande= nome dado a serra de Queluz, talvez coincida com o fato de ter inúmeras árvores de Cedro em sua face sul.
