Últimas notícias

  
Reabertura da Serra Fina está prevista para 01/04/2023.

                                                      foto: @apsf.serafina/@tamborimagencia











A equipe da Universidade Federal de Itajubá (
@unifei_oficial), em parceria com a Associação dos Proprietários da Serra Fina, realizou um mapeamento de radiofrequência em toda área da Serra Fina. O projeto foi aprovado pelo ICMBio.


Durante o estudo, o projeto @serrafinaunifei realizou quatro expedições na Serra Fina. A primeira em meia travessia, subindo pelo Paiolinho, e as outras três em travessia completa. Vários pontos de interesse apresentaram sinais com excelente qualidade, podendo ser utilizados para monitoramento de vários parâmetros em tempo real e com baixo consumo de energia. Foram mapeados sinais de Lorawan, 3G, 4G e NB-IOT.

No caso da tecnologia Lorawan foi batido o recorde de alcance mundial Terra-Terra onde o sinal alcançou a Serra do Mar, próximo da Praia Grande/SP, com distâncias de 234 Km. Um outro equipamento alcançou 160 km, chegando nas cidades de Santa Isabel/SP, Alfenas/MG e Duque de Caxias/RJ.

Para obter esses resultados o projeto contou com o apoio das empresas OrbySense, VAGON Eletrônica, American Tower do Brasil e OKW/SOB-Brasil.

Confira mais informações sobre a operação com o professor @josealbertoferreirafilho.



link da entrevista:  apsf








Estação Meteorológica.  

 

A Associação dos Proprietários da Serra Fina anuncia que já iniciou a implantação de uma Estação Meteorológica na região do cume da Pedra da Mina.
 O projeto é fruto da parceria da APSF com a empresa WS Consultoria Climatológica e UNIFEI, através do IESTI – Instituto de Engenharia de Sistemas e Tecnologia da informação, na pessoa do Prof. Dr. José Alberto.
A empresa WS Consultoria Climatológica atua na área de vendas, instalação e manutenção de equipamentos meteorológicos. Ela possui em seu portfólio de serviços, mais de 250 projetos meteorológicos instalados pelo Brasil, inclusive 3 deles no PNI. É a única empresa no Brasil que tem um banco de dados de mais de 200 estações meteorológicas.
A Estação Meteorológica da Serra Fina será a mais alta do Brasil, e contará com informações de temperatura, umidade, direção e velocidade do vento, índice uv e solar, pressão atmosférica e precipitação, qualidade do ar, distância e frequência de raios. A disponibilização dos dados será feita através do site da APSF (que está em construção) e do site da WS Consultoria Climatológica.
Aproveitamos para agradecer o cantor e compositor @bernardodoespinhaco, pela doação de parte dos recursos que foram utilizados para a compra dos equipamentos necessários ao projeto.








A origem da Mantiqueira.

 

A origem da Serra da Mantiqueira remonta à ruptura do Continente Gondwana, quando a América e a África estavam unidas.  As colisões geradas entre as respectivas placas tectônicas soergueram a Mantiqueira primitiva.  Com o fim do processo, esta formação foi erodida por milênios até quase o nível do mar.  Isto desenterra o antigo alicerce cristalino, formado por granitos e gnaisses pré-cambrianos, que eram bem mais antigos.

 

Imagem do Horst e Graben (Fonte: Thomas Wood & Outros)

Esta origem está associada a dois importantes acidentes geográficos: o Vale do Paraíba e a Serra do Mar. Eles resultaram da fossa tectônica que se formou pelo afastamento das placas. Isto provocou uma região deprimida, confinada entre zonas elevadas, que os geólogos apelidam de graben horst. Neste processo, o magma interno emergiu e solidificou, sob a forma de rochas graníticas. O vale é o graben e as serras são o horst, veja as figuras.

 

O Vale do Paraíba e as Serras da Mantiqueira e do Mar (Fonte: IGEO-UFRJ)

Muito tempo depois, iniciou-se uma atividade vulcânica numa extensa linha que ia de Poços de Caldas a oeste até Cabo Frio a leste. O maior destes vulcões formou uma enorme montanha pontiaguda, abrangendo o espaço entre Itatiaia e Passa Quatro. Diferentemente das rochas anteriores, os sienitos eram pontudos e empilhados, criando a distinta fisionomia das montanhas da região do Agulhas Negras.

Esta história violenta teve como consequência a criação de diferentes rochas, desde plutônicas a ígneas. Assumiram formatos surpreendentes, como o impressionante corpo estriado do Agulhas Negras e os penhascos rochosos das Prateleiras, do Marins e do Itaguaré. E também desenhos amenos com as formas agudas da Serra Negra, da Pedra Furada e do Focinho de Cão, bem como os perfis arredondados da Mina e do Maromba. Na Mantiqueira estão muitas das nossas mais altas montanhas (ver quadro).

 


 

Localização da Serra da Mantiqueira (Fonte: Itamonte.net)

Acredito que a Mantiqueira comece na Cantareira, ao norte da Grande São Paulo. Dizem outros que o início é em Bragança Paulista e o fim, em Barbacena. Entretanto, a meu ver ela se prolongaria mais além a leste, até Araponga. No seu percurso nordeste ao longo de Minas, teria 500 km de extensão.

 

As Maiores Montanhas da Mantiqueira

A Mantiqueira é uma serra historicamente importante. Ela é 60% mineira, 30% paulista e 10% carioca. Esta posição entre os três principais Estados do Sudeste fez dela passagem obrigatória nos tempos coloniais, em especial durante os ciclos do ouro e do café. Assim, é uma formação de muito passado, muitas histórias e muitas lendas.

 

O Mosaico Mantiqueira (Fonte: ICMBio)

Seu nome, que significa serra que chora ou então gota de chuva, vem de suas muitas águas. Elas formam grandes bacias, como as do Rio Grande e do Paraíba do Sul. Esta abundância de água explica a densa mata atlântica que ainda a recobre e a rica fauna nativa que ainda nela sobrevive, apesar de tantas agressões à sua natureza.

 

O Cume do Agulhas Negras com as Prateleiras ao Fundo, RJ.

Ao correr paralela ao Vale do Paraíba, do qual forma o bordo interior, a Mantiqueira apresenta três magníficos maciços em sucessão: o Marins, a Serra Fina e o Itatiaia. Este último é o mais conhecido de todos, e o único que abrange um Parque Nacional. Junto com a Serra dos Órgãos, ele é o berço do montanhismo brasileiro, em especial para cariocas e paulistas.

 As formações rochosas da Mantiqueira favoreceram a criação de alguns parques naturais. O primeiro PN brasileiro foi estabelecido lá, no planalto de Itatiaia. Existem dois PE em Minas, do Papagaio e do Brigadeiro, e um em São Paulo, de Campos do Jordão. A meu ver, todo o espigão mestre da Mantiqueira, estendendo-se desde o Marins até a Serra Fina, deveria constituir um parque – mas a antiga proposta de criar o PN Terras Altas da Mantiqueira não avançou.



Site: Alta Montanha

Ascensões na Serra Fina pelo CAP.

 

Os "quatro sem juízo" que desbravaram a Serra Fina

Físico neozelandês Peter Barry conta como foi abrir a trilha mais desafiadora do país.



Se nos tempos atuais a Serra Fina pode ser feita em três, quatro dias por montanhistas ou ainda em 11horas por corredores de montanha, não custa lembrar que o percurso que hoje é percorrido em quatro dias só foi demarcado em período relativamente recente, ao longo de 12 anos  de 1971 a 1983 de esforço de quatro homens que o último remanescente, Peter Barry, definia como "os quatro sem juízo": além dele, o alemão Adalbert Kolpatzik, o mineiro Galba Athayde e o polonês Michel Bogdanowicz, (já falecido).



"Achávamos estranho que, mesmo sendo tão visível, tanto de Itatiaia quanto do Vale do Paraíba, não houvesse exploração naquelas montanhas àquela época", lembrou Barry, "Foram 14 saídas feitas em feriados prolongados até completarmos a travessia", lembrou o físico neozelandês Barry, 80, em palestra realizada em 24 de agosto para homenagear o colega de 40 anos de empreitadas, no CAP (Clube Alpino Paulista). Não custa recordar a quem nunca viveu o mundo sem celular que na época não havia GPS, Google Maps nem nada semelhante. Na verdade, nem mapas da região estavam disponíveis. "Quando completamos a travessia de todo o alto da Serra Fina, tivemos que marcar tudo de novo, porque havíamos aberto o caminho a facão, e ao longo daquele tempo ele já havia se fechado outra vez", explicou Barry.












instagram.com/clubealpinobrasileiro/





Transmantiqueira e suas pegadas na crista da Serra Fina.


 A Trilha Transmantiqueira (TMTQ) é uma trilha de longo curso (TLC) integrante da Rede Brasileira de Trilhas de Longo Curso (Rede Trilhas). A Rede tem o intuitivo de conectar o Brasil de norte a sul através de trilhas caminháveis ​​e TMTQ é um pilar importante desse projeto. Cortando a serra da Mantiqueira de oeste a leste, uma trilha tem seu percurso planejado para chegar a mais de 1.100 km de extensão, cruzando mais de 40 municípios dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro e promovendo a integração de mais de 30 Unidades de Conservação (UC). A TMTQ privilegia a passagem por trilhas já consolidadas, contemplando importantes atrativos naturais da região que oferecem ao caminhar a oportunidade de viver os caminhos e montanhas da Mantiqueira de forma estruturada.



A implementação da trilha de longo curso que cruza a Serra da Mantiqueira, entre Minas Gerais e São Paulo, em conexão com a Associação dos Proprietários da Serra Fina e as Unidades de Conservação.

                                                                                    Por: José Sávio Monteiro.


A Serra Fina ocupa o imaginário de inúmeros montanhistas brasileiros. Esse nome é uma referência a sua linha de crista estreita e sinuosa que ao mesmo tempo que desafia caminhantes, representa um ambiente natural extremamente frágil. É neste delicado e belo maciço, entre os estados de Minas Gerais e São Paulo, que está localizada a Travessia da Serra Fina, feita nas cristas da Serra da Mantiqueira e que ganhou a fama de uma das trilhas em montanha mais difíceis do Brasil por suas subidas íngremes e poucos pontos de hidratação. Hoje, a travessia é parte de um caminho ainda maior: a Trilha Transmantiqueira, e tem unido esforços da esfera pública e privada para garantir que a atividade na montanha não comprometa sua conservação.

 

A Serra Fina está inserida na Área de Proteção Ambiental (APA) da Serra da Mantiqueira, unidade de conservação de uso sustentável gerida pelo ICMBio. E sua crista, justamente por onde cruza a travessia, está em zoneamento mais restritivo, definido como Zona de Conservação de Vida Silvestre, conforme estabelece o plano de manejo da APA (2018), composta por um mosaico de propriedades privadas. Em 2021, estes proprietários se uniram para criar a Associação dos Proprietários da Serra Fina (APSF) com um único objetivo: a conservação de todo este maciço, através do controle de acesso e manejo permanente, com o ordenamento do território.

 

O topo da Pedra da Mina, ponto culminante da Serra da Mantiqueira e da Serra Fina, em sua face sul do lado paulista, está protegido pela (RPPN) Pedra da Mina. A reserva já conta com o seu Plano de Manejo, aprovado e homologado pela Fundação Florestal do Estado de São Paulo (2020), feito em conexão com a Trilha Transmantiqueira. 

 

O percurso passa dentro da área de proteção ambiental privada, em sua parte alta, onde ficou definida uma zona de visitação na trilha da Travessia da Serra Fina.

É importante ressaltar que outras RPPNs também estão inseridas nesse território e que, conjuntamente, possuem papel fundamental na proteção, preservação e conservação dessa região e do bioma da Mata Atlântica. Dentre elas, podemos citar a RPPN Alto Montana em Itamonte (MG), a RPPN Travessia em Lavrinhas (SP) e a RPPN Serrinha e Santa Rita de Cássia em Queluz (SP). 

 

Nos últimos anos 20 anos, desde a descoberta da altitude do Pico da Pedra da Mina, que com 2.798 metros alcança a 4ª posição no ranking dos maiores picos do Brasil, um número cada vez maior de montanhistas e visitantes, de forma desordenada e sem controle de visitação, faziam uso da Serra Fina. 

 

Essa visitação indiscriminada culminou num total de aproximadamente três mil pessoas registradas no ano de 2019, conforme dados coletados do Livro do Cume, coletados pelo Programa do Voluntariado da APA da Serra da Mantiqueira. O número não condiz com a real capacidade de carga das trilhas e se traduziu em impactos agressivos ao ambiente natural, o que acarretou em resultados desastrosos para o meio ambiente e vários problemas para todo o Maciço da Serra Fina, afetando toda a biodiversidade dos seus ecossistemas de montanha e em seus campos de altitude, que precisavam de uma maior proteção e controle para uso das trilhas na Travessia da Serra Fina.

 

Todo esse descontrole culminou ainda em um incêndio de grandes proporções, na segunda quinzena do mês de julho de 2020, iniciado por uma fogueira de autoria desconhecida, que atingiu uma extensa área de 588 hectares na região das Cristas da Serra Fina, segundo levantamento de pesquisadores do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (LASA) da UFRJ. No incêndio, grande parte da vegetação rara, singular e endêmica dos Campos de Altitude foi afetada, acarretando riscos para sobrevivência e manutenção da fauna e flora presentes. 

 

O fogo atingiu também a nascente do Rio Claro, na RPPN Pedra da Mina, área de grande biodiversidade. Cerca de 61 hectares foram queimados, em sua parte alta, o que provocou o fechamento da Serra Fina por dois anos com as emissões dos Decretos Municipais de fechamento de seus acessos, pelas cidades de Itamonte, Itanhandu e Passa Quatro do lado mineiro e de Lavrinhas e Queluz do lado paulista. 

 

A suspensão do acesso, em parceria com a Associação dos Proprietários da Serra Fina (APSF) e com a APA da Serra da Mantiqueira, teve como objetivo permitir a recuperação e regeneração natural desses habitats da montanha e suas espécies, fortemente atingidos pelo fogo.

 

Esses acontecimentos exigiram um esforço maior de organização dos proprietários rurais, que constituíram a Associação dos Proprietários da Serra Fina (APSF) com o objetivo de conservar todo o território compreendido no limite de suas propriedades no maciço e regulamentar o trânsito de pessoas pelas trilhas que dão acesso às Áreas de Preservação Permanente (APP) na Serra Fina e aos numerosos atrativos naturais da região. E, também, estabelecer uma estratégia de gestão territorial conjunta que vise a conservação de toda a riqueza e diversidade socioambiental presente neste território, em parceria com o Núcleo de Gestão Integrada (NGI) – ICMBio Mantiqueira. 

 

O planejamento integra a gestão da Área de Proteção Ambiental da Serra da Mantiqueira (APASM), com as prefeituras locais, tendo a finalidade de conservá-la, protegê-la e preservá-la de forma eficaz e necessária, respeitando esse santuário natural. De forma que, o seu uso público não comprometa o ambiente frágil de sua biodiversidade e especialmente as áreas que se encontram em processo de recuperação e regeneração natural, levando em consideração o frágil e raro ecossistema existente no maciço, que já estava sofrendo muito com os efeitos da crescente atividade humana nas últimas duas décadas.

 

Dessa forma, com a reabertura da Serra Fina, foi iniciado pela APSF o controle de acesso e do número de visitantes, assumindo a responsabilidade pelo manejo e sinalização permanentes, juntamente com as normas e alinhamento de ações com o NGI ICMBio Mantiqueira. O esforço conjunto visa garantir o manejo sustentável da Serra Fina com a devida proteção ao seu habitat e ecossistema, envolvendo seus campos de altitude e toda a sua biodiversidade.

 

Além disso, o apoio à organização da Trilha Transmantiqueira (TMTQ) foi formalizado por meio de uma carta de anuência, para colocação das placas e setas de sinalização, com suas pegadas amarelas e pretas ao longo do percurso da Travessia da Serra Fina. Essa união representa uma parceria sustentável para o uso público dessas áreas particulares, com a devida orientação aos visitantes no ambiente natural. Uma trilha controlada e ordenada, com uma boa sinalização, só fortalece a conexão dos caminhos para a conservação e a restauração das áreas naturais, além de gerar emprego e alternativa de renda junto às comunidades locais.

 

Com os trabalhos em campo, seguindo as orientações do Manual de Sinalização Rústica de Trilhas do ICMBio, a sinalização da Trilha Transmantiqueira, com suas setas e pegadas amarelas e pretas – que trazem o desenho de uma Araucária, árvore símbolo da Serra da Mantiqueira e marcam a identidade visual da trilha de longo curso – foi efetivada na Serra Fina.

 

 Com a implementação, a Travessia da Serra Fina passa a fazer parte da Rede Nacional de Trilhas de Longo Curso e Conectividade (Rede Trilhas), criada através da Portaria Interministerial nº 407/2018, assinada pelos Ministérios do Turismo e Meio Ambiente, além do ICMBio, com o objetivo de interligar unidades de conservação, paisagens e ecossistemas naturais e o intuito de reconhecer e proteger rotas pedestres de interesse natural, histórico e cultural, além de sensibilizar a sociedade para a importância das Unidades de Conservação na proteção de nossa natureza e de nossos recursos naturais, com padrão de sinalização adotado pelo Sistema Brasileiro de Trilhas de Longo Curso (TLCs).

Assim, de pegada em pegada, a Trilha Transmantiqueira sinaliza seus caminhos na Travessia da Serra Fina, em parceria e conexão com a Associação dos Proprietários da Serra Fina e com as Unidades de Conservação (UCs) pública (APASM) e particular (RPPN Pedra da Mina e RPPN Alto Montana), voltada para um uso público controlado e ordenado, de clara sinalização das trilhas com um turismo responsável, de baixo impacto e com distribuição de benefícios para a natureza e para a população local. 

 

A trilha de longo curso, cujo percurso integral ultrapassa 1.100 km de extensão, cruza mais de 40 municípios dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro e promove a integração de mais de 30 Unidades de Conservação na Serra da Mantiqueira, interligando as Trilhas de Longo Curso.

Nesse trabalho de apoio e parceria, entre os proprietários rurais, sociedade civil e órgãos públicos, é necessário também que todos os visitantes assumam uma nova postura em relação à realidade atual da Serra Fina. Com a consciência ambiental necessária para uso dos ambientes de montanha, garantindo sua regeneração e conservação, além do devido respeito às boas práticas ambientais e regras de visitação, seguindo as setas de sinalização da Trilha Transmantiqueira. 

É muito importante o engajamento de todos para evitar que outros desastres se repitam e que a Serra Fina seja respeitada e continue compartilhando suas riquezas naturais, como a sua rara biodiversidade, a beleza cênica de suas montanhas, as águas que produz com suas nascentes e seus atrativos turísticos para todos que tiverem vontade de conhecê-la, estudá-la e conservá-la, em conexão com as Trilhas de Longo Curso, permitindo e contribuindo com a conservação e perpetuação deste lugar único para esta e as futuras gerações.

Foto: André Intentor (@intertorgraphy)

Foto: Décio Ribeiro- (@druncorridaeaventura)

Foto: Luis Mazzotini (@luismazzotini)


Foto: André Intentor (@intentorgraphy)









Alunos, professores e técnico da UNIFEI realizam estudos para a recuperação da Serra Fina após incêndio florestal 16 de outubro de 2020.


Após o incêndio florestal ocorrido em julho de 2020 na Serra Fina, alunos, professores, técnicos e voluntários da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) reuniram esforços para agir em prol do meio ambiente. De acordo com dados oficiais, o fogo atingiu cerca de 600 hectares da região, que possui terreno íngreme, com cânions e penhascos, o que dificultou as condições de acesso para o combate ao incêndio. Além disso, foi constatado fogo subterrâneo, presente no solo, que voltava à superfície após cessados os focos superficiais na cobertura vegetal.

 Diante disso, como a Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) tem a sua localização próxima à região e possui um corpo técnico altamente capacitado, os professores Daniela Rocha Teixeira Riondet-Costa, Eliane Guimarães Pereira Melloni, Hisaías de Souza Almeida, Maria Rita Raimundo e Almeida, Nívea Adriana Dias Pons e Rogério Melloni, do Instituto de Recursos Naturais (IRN); a professora Luciana Botezelli, da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL); os graduandos Karen Auxiliadora Guimarães, Rafael Martins Furtado, Cássia Natucci Cruz e Aline Carvalho Ribeiro, de Engenharia Ambiental, e Daniel Vargas Valadão, de Engenharia Mecânica; as pós-graduandas Marília G. Tirelli e Talita Roma, do Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Recursos Hídricos (POSMARH), e o técnico Josivaldo Junior Rodrigues, do IRN, se uniram para estudar formas de promover ações de  recuperação e preservação da área. Assim, surgiu o projeto “Restabelecer: Serra Fina”, que está em fase de confecção e registro na UNIFEI.

 Desse modo, mediante à manifestação do interesse do grupo, o chefe da Àrea de Preservação Ambiental (APA) da Serra da Mantiqueira, por meio dos Ofícios SEI números 139, 140 e 141/2020-APA Serra da Mantiqueira/ICMBio, solicitou o apoio técnico-científico da UNIFEI. Este projeto faz parte de um esforço maior envolvendo as universidades de São Paulo (USP), Estadual Paulista (UNESP), Federal de Lavras (UFLA), o Instituto Florestal de São Paulo e vários outros colaboradores. Couberam à UNIFEI os estudos envolvendo diagnóstico dos impactos do fogo no solo, avaliação da prática sustentável do ecoturismo nas trilhas e educação ambiental.

 Assim, o grupo de pesquisadores que representam a UNIFEI já vem desenvolvendo ações na região afetada. Recentemente, foram realizadas visitas in loco para análise visual e coletas de amostras de solo visando à realização de análises laboratoriais que auxiliarão na identificação e avaliação dos impactos do fogo no solo e nas trilhas.

 É importante ressaltar que estes esforços foram realizados com o apoio da Associação de Guias de Passa Quatro, fornecendo pessoal e administrando recursos doados para transporte e alimentação. Os integrantes desse grupo da UNIFEI agradecem a todos que contribuíram, de alguma forma, como professores e familiares.

 Segundo os responsáveis pela iniciativa, estas ações reforçam a importância do vínculo entre Universidade, sociedade e ambiente, por meio de uma junção de conhecimentos e esforços. Mesmo com poucos recursos, o projeto espera auxiliar no restabelecimento dessa área e acredita-se no potencial de multiplicação de conhecimento ambiental para aqueles que convivem, preservam e lutam por esse patrimônio nacional, a Pedra da Mina, localizada na Serra Fina e que faz parte da APA da Serra da Mantiqueira.





unifei.edu.br

Imagens: Felipe Dias.



Reportagens

 Após a medição em Janeiro de 2000 pela USP as emissoras de TV exibiram reportagens sobre a descoberta e as novas alterações tanto do Pico da Pedra da Mina e Pico das Agulhas Negras.









Depoimentos.