Mulheres nas montanhas

 



De uma brincadeira que começou em 2005 quando várias amigas dos clubes CEC e CERJ resolveram escalar juntas para comemorar o Dia Internacional da Mulher, chegamos hoje a esta página na Internet.

 

A invasão de 2005 começou porque a maioria das meninas na ocasião sempre escalava mais com grupos de homens do que de mulheres então, para comemorar o dia, resolveram ir pra parede do Cantagalo, na Lagoa, e fazer uma escalada só das meninas. Foram 9 escaladoras que se reuniram e se divertiram depois numa grande confraternização.

Você pode ver a história completa das invasões no “Livro Rosa“.


A importância da biodiversidade da Serra da Mantiqueira para o mundo.


 Por: Juliane Janúncio

 

A Serra da Mantiqueira vai além de belezas naturais. Seus atributos são funcionais e essenciais à vida. O complexo geológico da Mantiqueira possui características determinantes, uma delas são as trincas em suas rochas. Nas pedras expostas, facilmente, é possível notar essas fraturas. E isso não ocorre apenas dentro das montanhas.


Quando chove, a água se infiltra rapidamente, como se fosse uma caixa furada. Alguns especialistas, se referem a Mantiqueira como aquífero fraturado. Essa característica confere à água da Mantiqueira uma qualidade única que constantemente é renovada. Por outro lado, esse depósito se esvazia rápido.

 

Infelizmente o cenário é crítico. Por ser detentora de tanta riqueza, a Mantiqueira sofre uma degradação alarmante e precisa de atenção e cuidados o quanto antes. A expansão da economia no Brasil, e os 40% de aumento das terras agrícolas na próxima década, vão representar uma séria ameaça para os restantes 10% da Mata Atlântica.

Além disso, ao conhecer sua diversidade de espécies endêmicas, podemos entender ainda mais profundamente o risco que esta biodiversidade está correndo. Vamos lá!

 

A Fauna e Flora local e os Campos de Altitude

As araucárias do sudeste estão restritas à Serra da Mantiqueira. Segundo os dados apurados pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente foram identificadas 352 espécies de plantas, das quais 13% endêmicas, ou seja, típicas da região.

 

Na fauna, destacam-se queixadas, veado-campeiro, lobos guará, esquilos, jaguatiricas e a onça parda, além de ouriços, macacos mono carvoeiros, pacas, e aves como gaviões, arapongas, inhambus, jaçanãs, tucanos, canários, maritacas, pica-paus e gralhas azuis. Foram catalogadas 178 espécies de aves e, infelizmente, muitas ameaçadas de extinção, como o papagaio-de-peito roxo, uma raridade da Mantiqueira.

O macaco muriqui e o anfíbio melanophryniscus moreirae, também conhecido como Sapo-flamenguinho, ícone do Parque Nacional de Itatiaia, são espécies endêmicas de muito destaque desta região também.

 

“Diversas espécies associadas às matas de araucárias e aos campos de altitude só ocorrem nessas áreas mais altas da Mantiqueira, sendo estas os únicos refúgios desta fauna em nosso Estado. Muitas dessas populações são os remanescentes de grupos de animais do sul do Brasil e dos Andes, um resquício isolado de um passado remoto quando as temperaturas eram mais baixas em toda a América do Sul”, afirmou André Victor Lucci Freitas, professor da Unicamp e membro da coordenação do Programa BIOTA-FAPESP.

 

Além disso, 20 das 55 espécies de borboletas do Brasil ameaçadas de extinção encontram refúgio na Serra da Mantiqueira. Muitas dessas espécies possuem populações pequenas e frágeis, sendo facilmente eliminadas quando ocorre perturbação antrópica, como: queimadas constantes, plantio de pinheiros e eucaliptos e poluição dos corpos d’água.

 

Dentro disso, é possível perceber que os ambientes de encostas e topos de serras e montanhas vêm funcionando, no curso da história evolutiva, como verdadeiros berçários de espécies.

 

E a água nessa história?

Além de abrigar um grande número de espécies animais e vegetais endêmicas, muitas delas ameaçadas de extinção, os remanescentes florestais da Serra da Mantiqueira garantem grande parte da água que abastece as populações e as indústrias das cidades do Vale do Paraíba (no leste do estado de São Paulo e no sul do estado do Rio de Janeiro) e da capital fluminense.

 

Em suas vertentes, encostas e vales, a região apresenta milhares de nascentes. A sua bacia hidrográfica possui 54 importantes córregos e riachos que serpenteiam as montanhas em direção às bacias do Paraíba do Sul e do Rio Grande, em Minas Gerais, um dos formadores do rio Paraná e da bacia do rio da Prata.

Os pontos culminantes da Mata Atlântica são encontrados na Serra da Mantiqueira, onde podemos observar uma fauna particular que resulta de um grau de endemismos mais elevado que o das áreas vizinhas, em altitudes menores. Assim, a conservação de remanescentes de Mata Atlântica é urgente e, dentre estas áreas, aquelas localizadas nas altitudes mais elevadas, como na própria Serra da Mantiqueira, devem ser priorizadas.

 

Como reduzir estes impactos ambientais?

Sabendo de tudo isso, constatamos que a degradação desses mananciais poderia comprometer tanto a quantidade como a qualidade da água para os municípios da região. Além disso, sabemos hoje que as nascentes e a floresta têm papel fundamental na qualidade da água. E, de acordo com Joly, um dos organizadores do movimento Mantiqueira Viva, “uma das principais ameaças aos remanescentes de Mata Atlântica na região da Mantiqueira é a expansão da mineração de bauxita para a produção de alumínio e de outros minerais, principalmente perto da divisa do Rio de Janeiro com os municípios de Lavrinhas e Queluz”.

 

O pesquisador também menciona a extração ilegal de madeira, palmito, bromélias e orquídeas; a caça de espécies ameaçadas de extinção, como o macuco (Tinamus solitarius), a araponga (Procnias nudicollis), o sabiá-cica (Triclaria malachitacea), o muriqui (Brachyteles arachnoides) e o bugio (Alouatta guariba); a especulação imobiliária; e o descarte inadequado de lixo urbano e de resíduos da mineração.

 

Em 2006, o Ministério do Meio Ambiente criou o Mosaico Mantiqueira, uma rede de unidades de conservação públicas e privadas, para melhorar a conservação da biodiversidade e o bem-estar local, formando assim o Mosaico Serra da Mantiqueira, que abrange uma enorme área dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

O grande desafio é como preservar as matas remanescentes do processo de ocupação e, ao mesmo tempo, permitir o desenvolvimento dos municípios encravados em suas montanhas.

 

O futuro da cadeia de montanhas mais proeminentes do Brasil como um espaço natural agora depende da implementação acelerada da rede de conservação pelo Governo Federal para que o Mosaico Mantiqueira possa promover a conservação da biodiversidade e gestão ambiental através do uso sustentável da terra e acesso do cidadão.

 

Para a Secretaria do Meio Ambiente e também para os municípios, a adoção de um plano gestor que fixe regras claras sobre como usar bem o potencial da serra, sem degradar a natureza, é fundamental para a conservação da Mantiqueira.



Matéria: 


Blog da Escalada

Quem ficou com os 50 mil dólares ???

Pouco tempo depois que a aeronave caiu no Pico São João Batista, conhecido hoje popularmente como morro do avião, subi para ir até os destroços.

Chegando no local observei entre os destroços um celular, uma jaqueta, maleta com sinalizador e tal malote verde (da discórdia) nada além disto. Em respeito à dor e ao luto dos familiares e amigos das vítimas, deixaram todos os itens observados da mesma forma em que os encontraram. 

 Já em casa, na semana seguinte recebi surpreso a visita de um oficial dos bombeiros e uma senhora que não me recordo se chegou ou não a se identificou, acompanhados do escrivão de Polícia Civil e amigo Maurício Ferraz.

Manifestaram o intento de ir até o local da queda da aeronave para procurar um documento, que estaria na aeronave. 

Prontamente, me ofertei a subir com eles e assim ficou combinado. Durante alguns dias recebi inúmeras ligações no telefone de casa acertando os detalhes para a nossa subida.

Estranhamente, passado cerca de um mês dessa conversa inicial, sem explicações adicionais, os mesmos simplesmente deixaram de fazer contato.

Movido pela curiosidade, então me dirigi à Delegacia de polícia para conversar com o escrivão Maurício e saber se ele mantinha ainda contato com as pessoas que o aço apanharam  na visita. Nesse momento, eu soube detalhadamente o que estava acontecendo e que o tal documento, seria, na realidade, expressivo numerário. 

A aeronave era pilotada pelo proprietário e empresário do ramo de funerária.  Decolaram do Campo de Marte (SP) às 10:40 com destino a Juiz de Fora (MG) onde era esperado às 11:55. O motivo da viagem seria a compra de mais uma unidade funerária. Dentro da aeronave era transportada a quantia de cinquenta mil dólares em espécie que não fora encontrada no acidente.


Curiosidades: 


No plano de voo constavam quatro pessoas do sexo masculino, porém junto aos destroços foram encontrados cinco corpos sendo um do sexo feminino.

O suposto malote foi encontrado, porém já rasgado com marcas de faca ou tesoura com corte (preciso).

Todos fatos narrados aqui, constaram do Inquérito policial (na época) remetido para o Fórum do município e ao fim arquivado.











1994

 

Por: Antonio Silveira R. dos Santos

Criador do Programa Ambiental: A Última Arca de Noé.

 

A partir de junho de 1994 tivemos (Antonio Silveira e Rafael) a rara oportunidade de visitar, de helicóptero, por várias vezes a Pedra da Mina, situada na Serra da Mantiqueira (22º25’38”S-44º50’33”O), dentro da APA (área de proteção ambiental) federal da Serra da Mantiqueira, na divisa entre os Estados de São Paulo e Minas Gerais, que com seus 2.797m de altitude é o quarto ponto mais alto do Brasil.

Curiosamente, nossa primeira visita ao local em junho de 1994, não foi planejada. Estávamos sobrevoando Queluz-SP, quando vimos um topo de montanha que parecia ser o mais alto da Serra da Mantiqueira na região. Como o tempo estava ótimo, com sol e sem nenhuma nuvem, resolvemos conhecer aquele local alto arredondado e muito bonito. O piloto fez testes de sustentação, ou seja, parou no ar, paralelamente ao topo da montanha e ganhava altura, para ver se o ar rarefeito da altitude poderia prejudicar a decolagem, pois havia o perigo de descermos lá e não conseguir sair. Os testes indicaram que não teríamos problemas. Aí descemos pela primeira vez na Pedra da Mina, mas até então não sabíamos o seu nome. O local surpreendeu-nos pela sua beleza.

 A Pedra da Mina ainda não tinha sido corretamente aferida, de maneira que não era considerada a quarto ponto mais alto do Brasil, aliás, como dito, não sabíamos que tínhamos estado na referida pedra, ante a dificuldade das cartas geográficas.

 Aquele local marcou-nos muito pela sua beleza e vistas deslumbrantes. Passaram-se os anos e acabamos não retornando.

 Mas em 09 junho de 2000, ficamos sabendo da medição recente do geógrafo Lorenzo G.Bagini, de uma montanha na Serra da Mantiqueira, que pelas fotos constantes dos jornais indicava ser o local que estivemos em junho de 1994.

 Como tínhamos perdido as coordenadas, por problemas no GPS antigo, entramos em contato com Lourenço e chegamos à conclusão de que o local medido poderia ser o local que tínhamos estado anos atrás. Assim, convidamos o citado geógrafo e retornamos à Pedra da Mina, para uma expedição de reconhecimento e certificação.

 Quando chegamos ao local, indicado pelas coordenadas do geógrafo, constatamos que estávamos pela segunda vez na Pedra da Mina. Aí tivemos a oportunidade de ver o marco de medição colocado me janeiro de 2000 pelo referido geógrafo, constatando-se a altitude de 2.797m, o que colocou a Pedra da Mina, oficialmente, no quarto ponto mais alto do Brasil, ultrapassando então o Pico das Agulhas Negras, que fica mais ao norte. Aliás com tempo bom dá para vê-lo da Pedra da Mina.

Naquele dia, apesar de muito sol e tempo aberto, sem nuvens, a temperatura estava em torno de 6º, mas não impediu de “degustarmos” a vista espetacular. Curioso é que não se houve nenhum barulho lá em cima, apenas o barulho do vento, que é presença constante.

 Como o tempo estava bom e firme, aproveitamos para sobrevoar ao redor da Pedra da Mina, chegando até o rio Claro que descia da serra, onde deixamos Rafael e Lourenzo e eu e o piloto paramos em outra serra mais baixa, onde ficamos por cerca de uma hora, quando retornamos para “resgatá-los”. Operações que foram feitas com o helicóptero em movimento, chegando a cerca de um metro das pedras do rio, para eles descerem e subirem. Foi sem dúvida uma operação arriscada, mas vale pela aventura espetacular e a oportunidade de pousar em outro local mais baixo da serra.

Em 04 de abril de 2003, retornamos à Pedra da Mina, mas como o tempo não estava bom tivemos que abortar nossa aterrissagem e sair de lá.

No dia 31 de maio de 2003, estivemos por algumas horas na Pedra da Mina fazendo observações, filmagens e fotos.

Em 06 de maio de 2005 e em 05 março de 2015, estivemos novamente na Pedra da Mina, quando tiramos fotos e filmamos. Em nenhuma destas últimas vezes vimos mais a garrincha-chorona.

Em 01 de agosto 2017, voltamos mais uma vez à Pedra da Mina.

Estas foram as vezes que estivemos neste local mágico e de beleza indescritível, em especial dos seus campos rupestres, que devem ser preservados e futuramente transformados em unidade de conservação mais protegida do que uma APA.

                                Imagens feitas ao longo de suas expedições (94,96,2000, 2015)




























A origem.

A Serra da Mantiqueira nasce a partir da epirogênese, resultado dos movimentos das placas tectônicas, e faz parte dos escudos cristalinos, assim a serra é formada principalmente por rochas magmáticas intrusivas e metamórficas. Devida a alta declividade, os solos da serra são litólicos, com horizontes simples, um solo “fino” em contato com a rocha matriz, resultado do ângulo e do escoamento da água, que também cria diversos cursos d’água importantes para essa região.

Com a diminuição da declividade, o relevo mais plano permite o aprofundamento dos solos, permitindo também a desenvolvimento de outros tipos de flora.

 A floresta ombrófila mista é a flora característica dessa região por conta do clima quente e úmido, sem períodos longos de seca. Assim essa característica natural tem uma extrema importância para o clima e o regime de chuvas, já que fornece água para parte da região sudeste e abriga remanescentes da floresta atlântica, que por sua parte, por meio da transpiração, contribui para os regimes de chuva.

 É composta de sienito nefelínico altamente alcalino. Trata-se de um tipo de rocha que é facilmente erodida e por esta razão é incomum em grandes altitudes. Acredita-se que seja a montanha mais alta do mundo, no tipo de rocha em todo o continente americano e possivelmente no mundo. 


Sienito nefelínico (também nefelina sienito) é uma rocha plutônica de composição félsica que é constituída principalmente por feldspato alcalino, nefelina, clinopiroxênio (±), anfibólio (±) e biotita (±). É classificado com uma rocha alcalina típica conforme suas composições química e mineralógica. (Esta rocha forma corpos intrusivos. É uma importante matéria-prima de rocha ornamental.

É um complexo rochoso com aproximadamente seis quilômetros de comprimento onde há quatro grandes picos. Esse braço da Mantiqueira segue em direção ao Vale do Paraíba, formando uma cadeia de imensos monólitos e escarpas.  


 

APSF

No dia 20 de março de 2021 é fundada a APSF - Associação dos Proprietários da Serra Fina.


No dia 16 de julho de 2020, ocorreu um incêndio de proporções gigantescas e danos incalculáveis em toda Serra Fina. O Corpo de bombeiros, com ajuda de montanhistas, guias, corredores de montanha e voluntários incansavelmente durante semanas para apartar o fogo.

Logo após o ocorrido, uma assembleia com todos os proprietários das terras que compõem o maciço de trilhas da Serra Fina foi realizada. Nela, foi acordado que seria necessário a criação de uma associação que garantisse a segurança de suas áreas, o controle ordenado da visitação e trabalhando em conjunto para certificar a Conservação do maciço da Serra Fina.

 Aproveitamos a oportunidade para agradecer a todos os esforços empreendido.


A esquerda ( José Sávio Vice presidente )
A direita (Presidente - Cintra)


Riqueza da Mantiqueira.

 

A grande riqueza da região está na vegetação e nas milhares de nascentes que deram origem ao seu nome, e que alimentam importantes bacias hidrográficas.


Ela tem uma diversidade de ecossistemas, como consequência de sua topografia que apresenta desníveis de mais de 2.000 metros, pois suas altitudes variam entre 700m, a cota mais baixa e 2.798,39m, seu ponto culminante, na Pedra da Mina, divisa dos estados de Minas Gerais e São Paulo.

Quanto a flora, nela são encontrados campos de altitude, diferentes tipos de florestas, matas de araucária, flores as mais diversas e pequenas áreas brejosas, que abrigam um grande número de espécies endêmicas (ou seja, que só ocorrem na região).

Tudo isso faz com que as condições propiciadas à produção dos produtos La Reina sejam ideais, trazendo o doce sabor da preservação de nossa natureza através do mel da Montanha e a Própolis Verde que são processados de forma Artesanal.


La Reina = Tipo de mel.